Medidores que informam ‘créditos de energia’ serão cada vez mais comuns (Reprodução)
“Vai passar no mercadinho? Então não esquece de comprar crédito para a luz, que está quase acabando”. Essa frase poderá fazer parte do dia-a-dia de, pelo menos, 200 famílias de doze comunidades do interior do Amazonas, que devem receber, até o final deste semestre, energia elétrica produzida em miniusinas fotovoltaicas (solares) com faturamento feito por sistema pré-pago.
Como já acontece com os telefones celulares, em que os consumidores podem definir e pagar previamente quanto querem usar, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quer regulamentar, no segundo semestre, o pré-pagamento da conta de energia elétrica como opção para os consumidores de todo o País.
A proposta ainda está em fase de elaboração, mas a possibilidade de pagamento prévio de energia já estava previsto desde 2009, com a Resolução Normativa nº 384 da Aneel. Assim, a Eletrobras Amazonas Energia foi a primeira a aprovar projeto especial no Ministério de Minas e Energia e Eletrobras e conseguir autorização da Aneel para implantar o sistema.
A justificativa foi a dificuldade de integrar comunidades distantes do interior ao sistema de geração convencional (o que levou à opção pela energia solar) e a igual dificuldade de fazer a medição da energia para posterior cobrança (o que levou à opção pelo pré-pago).
O departamento Luz Para Todos da empresa está implantando 12 miniusinas fotovoltaicas com minirredes nos municípios de Novo Airão, Barcelos, Maués, Beruri, Autazes e Eirunepé, num total de mais de 200 unidades consumidoras. Através de pregão eletrônico, o sistema foi contratado por R$ 5,5 milhões ao consórcio formado pelas empresas Guascor e Kyocera.
A miniusina fotovoltaica converte a luz solar em energia elétrica do tipo contínua (DC), armazenada em baterias dimensionadas para atender até dois sem incidência de sol. O medidor pré-pago mede a energia e faz o faturamento.
Quando o consumo chega perto do limite, o equipamento emite um sinal sonoro para avisar que é necessário economizar ou fazer uma nova recarga. As famílias terão direito a cerca de 30 kW/h por mês (algo em torno de R$ 6).
A miniusina será controlada por técnicos em Manaus, que farão a operação remota através de comunicação via satélite, usando o sistema Gesac do Ministério das Comunicações.
A implantação está avançada, faltando na maioria só o comissionamento - que é tornar o sistema operacional, dentro dos requisitos especificados no projeto.
Fonte: A Critica