O PIABEIRO, denominação dada aos pescadores artesanais de peixes ornamentais
São eles que fazem todo o trabalho enfrentando sol e chuva, na maioria das vezes, nem ganham o essencial para sobreviver, passa grande parte do tempo com água até os joelhos, os pés enroscando em galhos e plantas, tentando evitar as arraias.
Toda manhã, às margens do Rio Negro ou de seus afluentes os piabeiros viajam sem data de retorno, levando muitas vezes a família, seus poucos pertences e até animais de estimação, subindo e descendo os afluentes atrás de variadas espécies de peixes ornamentais. Seu modo de vida segue o ritmo das estações de cheia e vazante dos rios, enfrentando todo o tipo de adversidades para prover o sustento da família.
A Captura do Cardinal ocorre principalmente nos igapós e igarapés da floresta, áreas total ou parcialmente inundadas. A melhor época para a captura é durante a vazante e seca dos rios.
Quando o pescador de peixes ornamentais (piabeiro) localiza um cardume, ele o conduz para o rapiché ou puçá, e os transfere para o interior de cestas de palha forradas com saco plástico, com a água do igarapé.
Depois de capturados, os peixes são levados para um acampamento, onde são montados viveiros no próprio rio.
Ao longo do Rio Negro, os pescadores capturam peixes, em sua canoa silenciosamente se desloca pela labirintos verdes das ilhas alagadas. Famílias que vivem em casas cobertas de palha construídas sobre palafitas sobre o rio subindo e descendo a colher peixe da água com seus rapixés.
Normalmente esses peixes são tão abundantes que muitas dezenas podem ser capturados em uma única vez na rapixé. O peixinhos ornamentais enfrentam condições desafiantes, incluindo o rio de águas negras e ácida de uma queda anual do nível de água de mais de 30 metros, os peixes evoluíram formas exóticas de belezas e cores marcantes. O peixinho borboleta pode voar para escapar de predadores, a natureza de sua forma mais pura nos mostra a evolução e a sabedoria da vida.