Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovaram a suspensão unificada da greve a partir da próxima segunda-feira (17), dia em que a maior paralisação da história das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) completa quatro meses. Foram 120 votos favoráveis, 27 contrários e quatro abstenções. A categoria também votou pelo retorno das atividades no dia 18.
A decisão, tomada em Assembleia Geral (AG) na tarde desta quarta-feira (12), depende, entretanto, do balanço a ser realizado pelo Comando Nacional de Greve (CNG), neste fim de semana, com base no resultado das demais AGs nas diversas universidades em greve. “Por isso, teremos nova assembleia na próxima segunda-feira, para avaliar se a suspensão conjunta do movimento paredista será concretizada”, disse o presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e coordenador do Comando Local de Greve (CLG), Antônio Neto.
“É importante deixar claro que não entrou em pauta a saída de greve. A suspensão unificada, essa sim, foi a proposta aprovada pelos docentes. Isso significa voltar a dar aula, porém manter o estado de alerta e de mobilização para que a categoria continue na luta pela reestruturação da carreira e da melhoria das condições de trabalho”, ressaltou o 2º tesoureiro da Adua, Luiz Fábio Paiva, que também integra o CLG.
Durante a AG, os docentes também rejeitaram o Projeto de Lei (PL) 4.368/12, que dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos de Magistério Federal e já tramita na Câmara dos Deputados. O PL é resultante do simulacro de acordo assinado pelo governo federal e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) – entidade que não representa o conjunto dos professores federais.
No entendimento da maioria dos docentes, o PL aprofunda ainda mais a desestruturação da carreira. Por isso, a categoria deve concentrar esforços em outras estratégias de ação. “À medida que o governo enviou o PL ao Congresso Nacional, a nossa luta entrou em uma nova fase, que exige de nós outras táticas, voltadas, sobretudo, ao Legislativo”, explicou Antônio Neto.