Até o dia 20 de março de 2012, um catálogo com a apresentação de alguns dos principais produtos e expressão cultural dos povos indígenas do estado será entregue para que o projeto saia do papel.
De acordo com o secretário adjunto da Seind, José Mário Mura, a secretaria já começou a formatar o projeto e dará todo o suporte didático e logístico para que o Amazonas possa exportar o que de melhor é produzido pelas comunidades. “Teremos aqui o que eles chamam de entreposto, mas que para a gente será o Centro de Armazenamento e Distribuição de Produtos Indígenas”, informou José Mário. “A Seind vai dar todo o mecanismo e eles entrarão com os recursos financeiros para a distribuição do material em São Paulo. Com isso a gente entra no slogan do governador, trabalhando para criar oportunidades”, acrescentou.
Três ações
Entre as ações previstas está o abastecimento com produtos regionais indígenas para uma rede de restaurantes. Os produtos viriam das próprias aldeias, da culinária indígena. “A proposta é que se tenha essa relação de diversidade de pratos, com misturas das técnicas culinárias envolvendo os produtos oriundos das aldeias”, explicou o técnico da Seind Ronisley Martins.
Outra ação encabeçada pelas empresas é a comercialização de artesanatos indígenas. “O entreposto será canalizado na secretaria, após firmado o contrato com a empresa”, observou o servidor.
Em princípio, o projeto deverá beneficiar as organizações indígenas que possuem projetos na área com a Seind e parceiros, entre as quais as de Atalaia do Norte (Matis, Marubo, Kanamary e Mayoruna), no Vale do Javari; de Tabatinga, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença (Tikuna); do Médio Purus (Paumari, Jamamadi, Jarawara e Apurinã) e de São Gabriel, Santa Isabel e Barcelos, no rio Negro, onde a cadeia produtiva já está bem consolidada. A partir do resultado, a Seind pretende expandi-lo também para outras localidades. “Cabe a nós, da Seind, preparar essa cadeia produtiva, tanto do artesanato quanto dos produtos agrícolas para abastecer a procura”, disse Ronisley.
A terceira ação refere-se à “aventura selvagem” sobre os rios Negro e Solimões, na qual Richard Rasmussen faria uma série de reportagens no Amazonas, sobre a manifestação cultural de cada povo. “O objetivo é dar apoio à reportagem para a divulgação da produção rural e da manifestação cultural das populações indígenas”, finalizou.
Carona da Copa
A iniciativa para uma ação conjunta entre governo estadual e iniciativa privada pega uma carona do clima que já começa a tomar conta do País em relação à Copa do Mundo, segundo Richard Rasmussen, que visitou a Seind pela primeira vez, após dois anos de criação do órgão. “É um projeto antigo que agora tem condições de ser realizado plenamente”, justificou o biólogo. “Estamos assessorando um arquiteto e um empresário que estão investindo numa rede de restaurante, inicialmente em terras paulistas, mas com previsão de expansão d o negócio para outras capitais”, disse.
Dentro da Lei
Richard informou, ainda, que toda a negociação com os indígenas será feita de acordo com o que determina a legislação. “Queremos trabalhar com produtos regularizados, com origem controlada, tudo certinho como deve ser para fazer acontecer”, destacou.
Aventuras Selvagens
Além de apresentador e considerado o biólogo mais famoso do Brasil, o paulista Richard Rasmussen é economista e naturalista. Já fez várias aventuras selvagens, sempre explorando as belezas naturais, a fauna e a flora.
Fonte: Amazonas Noticias
