De quarta-feira até ontem, o rio baixou 32 centímetros. A diminuição do nível fluvial é a mais expressiva desde 1902
O Rio Negro baixou 32 centímetros de quarta-feira até ontem. De acordo com informações do engenheiro encarregado do serviço hidrográfico do Porto de Manaus, Valderino Pereira da Silva, o nível de redução foi o maior já registrado desde que o nível das águas começou a ser acompanhado, em 1902. Na seca histórica do ano passado, quando o rio atingiu o menor nível, as médias de redução não ultrapassaram 25 centímetros. No último dia 14, o rio estava com 21,33 metros.
Ontem, baixou para 21,01 metros. Apesar da diminuição brusca em um curto espaço de tempo, o engenheiro afirmou que é necessário analisar as cotas por pelo menos uma semana para saber se o Estado irá enfrentar mais um período de seca severa. “Ainda é muito cedo para saber se o rio vai secar muito. Precisamos acompanhar esses níveis. Se essa cota for mantida, será um dado preocupante”, apontou. De acordo com informações do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o nível do rio está baixando de forma significativa, mas ainda não é possível informar se a seca deste ano será pior que a do ano passado, quando o rio atingiu a cota histórica de 13,63 metros.
O recorde foi atingido no aniversário de Manaus, no dia 24 de outubro. Segundo os registros do CPRM, somente no Município de Barcelos (a 405 quilômetros de Manaus), onde há uma estação de acompanhamento, o nível do rio baixou de 52,6 metros do dia 1º deste mês para 37,2 metros na última quarta-feira. Em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus) o nível baixou de 10,2 para 7,92 metros nesse mesmo período. Balsas Nesta semana, a travessia de balsa de Manaus para o Iranduba (a 27 quilômetros a sudoeste de Manaus) passou a demorar 30 minutos a mais. A Sociedade de Navegação, Portos e Hidrovias do Amazonas (SNPH) informou que deve que transferir a rota das balsas que atracam no Porto do Cacau Pirêra para a Ponta do Brito, por causa da vazante do rio Negro. Na semana passada, uma das balsas chegou a ficar encalhada durante o trajeto. As balsas do porto, na Zona Oeste, levam, normalmente, 55 minutos para atravessar o rio. Com a mudança, o tempo passará a ser de mais de uma hora. Atualmente, nove balsas fazem a travessia. Destas, seis são de propriedade do Estado e três de empresas contratadas para o serviço.
Fonte: A Crítica